domingo, 1 de julho de 2012

MUSEALIZAÇÃO EM MONTE ALEGRE (PA)

Sítios arqueológicos podem virar 

museus a céu aberto em Monte Alegre (PA)

Pedra do Mirante (Foto: Edvaldo Pereira/Amazônia em Foco)


Um projeto de musealização de dois sítios arqueológicos do Parque Estadual de Monte Alegre (Pema), na Região do Baixo Amazonas, noroeste do Pará, foi apresentado nesta quinta-feira (28), à Secretaria Estadual de Meio Ambiente (Sema), em Belém. O projeto, intitulado “Socialização dos Sítios Arqueológicos da Amazônia”, vai beneficiar os sítios arqueológicos Serra da Lua e Pedra do Mirante.


Serra da Lua (Foto: Edvaldo Pereira/Amazônia em Foco)


A gerente do Pema e da Área de Proteção Ambiental (APA) Paytuna, Patrícia Messias, informou que a importância desse projeto é a preservação da cultura local e a garantia da sustentabilidade das comunidades tradicionais que habitam a área ambiental. “A idéia é fomentar o turismo ao mesmo tempo em que promoveremos segurança e a conscientização das comunidades para preservarem o local”, explica.

O projeto é coordenado pela Sema e desenvolvido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Universidade Federal do Pará (Ufpa) e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG). “Vamos disponibilizar o que está preservado para conhecimento do turismo e facilitar também a visita científica e outras modalidades”, explicou Silvio Figueiredo, da Ufpa.

Segundo a engenheira civil da Sema, Evandra Vilacoert, apesar de receber muitos visitantes a área ainda não está adequada para o turismo. “Queremos facilitar o acesso e proporcionar condições adequadas para o ecoturismo. Antes que o turista entre no local, vai entender o que encontrará pela frente e escolherá qual caminho irá percorrer, acompanhado de um guia”, comenta.

De acordo com a Sema, a musealização prevê a instalação de várias estruturas necessárias para a visitação desses dois sítios: banheiros, chapelaria (espaço para guardar volumes), lanchonete, auditório, sala multiuso e plataformas de acesso, inclusive para deficientes físicos. Com essa estrutura pronta, o ecossistema será preservado e as comunidades locais receberão recebendo instruções da Sema sobre preservação da área em que vivem.

A Área de Proteção Ambiental Paytuna
A Área de Proteção Ambiental (APA) Paytuna, onde está localizado o Parque Estadual de Monte Alegre, foi criada, por lei, em dezembro de 2001. O principal objetivo da regulamentação da área é amenizar impactos causadores de danos ambientais.

O acesso à APA é feito a partir do município de Santarém. De lá, é preciso fazer uma viagem de lancha (cerca de duas horas) até a cidade de Monte Alegre, depois, seguir por via rodoviária durante 20 minutos. Os atrativos da APA Paytuna são, entre outros, as pinturas rupestres.

(Informações do site G1 PA)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Iphan lança edital 2012 para Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural


PEP EDITAL 2008 TURMA 2009
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan informa que o Edital de Seleção do Mestrado Profissional em Preservação do Patrimônio Cultural 2012 (PEP/MP/IPHAN) oferece 20 bolsas de estudo. O Mestrado Profissional destina-se a formar, durante 24 meses, profissionais graduados em diversas áreas de conhecimento para atuarem no campo da preservação do patrimônio cultural. O curso associa as práticas de preservação nas unidades da Instituição, distribuídas no território nacional, ao aprendizado teórico-metodológico e à pesquisa. As inscrições estão abertas até o dia 19 de abril de 2012 e o início das atividades dos candidatos selecionados será dia 01 de agosto de 2012, conforme determinações do Edital abaixo.

Consulte o Edital [aqui]

sábado, 17 de março de 2012

CDP se reúne com técnicos e gestores em patrimônio.

Nesta sexta-feira, dia 16 de março de 2012, representantes da Companhia Docas do Pará se reuniram com técnicos, especialistas e gestores das três esferas do poder público que atuam em favor do patrimônio da cidade de Belém (FUMBEL, DPHAC-Secult e Iphan), para discutir as problemáticas que envolvem a implementação do PDZ, proposto pela Companhia portuária, em especial no que compete à polêmica desmontagem dos armazéns 11 e 12 do porto de Belém.
Especialistas em patrimônio argumentaram, sob o ponto de vista técnico, os problemas relativos ao PDZ, em sua interferência urbana e, particularmente, sobre a desmontagem de estruturas tão valiosas e singulares da arquitetura de ferro secular da capital do Pará, como os referidos galpões. Após a consideração de todos os problemas envolvendo essa questão, a CDP mostrou-se aberta para que haja uma maior interlocução com órgãos, entidades e técnicos envolvidos na preservação do patrimônio cultural da cidade, a fim de que tais interferências sejam discutidas de forma mais ampla e democrática, envolvendo outros setores sociais.
As discussões postas na reunião serão encaminhadas ao longo dos próximos dias, a fim de se buscar, na medida possível, a continuidade do diálogo entre CDP, especialistas e sociedade civil organizada sobre o bem público, tão relevante para a história e memória de Belém.
ASAPAM.
 
Fonte: http://casaraodememorias.blogspot.com.br/2012/03/cdp-se-reune-com-tecnicos-e-gestores-em.html?spref=fb

sexta-feira, 16 de março de 2012

Novo mestrado em Museologia aprovado pela CAPES

PROGRAMA DE MESTRADO INTERUNIDADES EM MUSEOLOGIA - USP
 
Caros Colegas,
 
Informo, com grande satisfação, que o Programa de Mestrado Interunidades em Museologia da Universidade de São paulo foi aprovado pela CAPES.

Trata-se de projeto acadêmico elaborado por professores do Museu de Arqueologia e Etnologia, Museu de Arte Contemporânea, Museu Paulista e Museu de Zoologia, ancorado em duas Linhas de Pesquisa: "Historia dos Processos Museológicos, Coleções e Acervos" e "Teoria e Método da Gestão Patrimonial e dos Processos Museológicos".

Agora, daremos início aos trâmites para a implantação do programa. Logo darei notícias sobre o calendário correspondente.
 
Abraços
 
Cristina Bruno
MAE/USP

domingo, 11 de março de 2012

De quem é a culpa pela desmontagem dos armazéns de ferro do porto de Belém?



Foto: Rodolfo Braga

Nos últimos anos, a funcionalidade econômica do porto da capital paraense vem sendo questionada com frequência. Desde a década de 1970, o porto de Belém sofre com sua inadequação às novas demandas econômicas, que exigem instalações apropriadas para lidar com o processo de automatização e com a introdução dos contêineres e dos gigantescos navios de carga em seus cais, sublinhando, dessa forma, a dificuldade que portos tradicionais, incrustados no meio do centro urbano, começaram a ter para acomodar as novas logísticas portuárias a suas limitadas instalações.
Esses fatores incentivaram o processo de interiorização do porto de Belém, que transferiu grande parte de suas atividades para áreas afastadas, sobretudo para o terminal de Vila do Conde, em Barcarena, inaugurado em 1985. Nesse processo de desestruturação, o porto de Belém vem enfrentando o dilema típico dos portos urbanos tradicionais: como conciliar as necessidades econômicas e de expansão da estrutura portuária com a preservação histórica de um patrimônio subutilizado numa cidade carente de espaços de uso público que vem enfrentando a face mais agressiva dos interesses particulares de poderes locais?
Eis a resposta: na próxima quarta-feira, dia 29 de fevereiro, será aberto o pregão eletrônico da Companhia Docas do Pará – CDP – que selecionará empresa para realizar o serviço de desmontagem, catalogação e armazenamento dos armazéns 11 e 12 do porto de Belém, demonstrando a total desconsideração para com o patrimônio público da sociedade local, a qual, como de costume, não foi consultada sobre o caso.
Não precisamos lembrar que o complexo arquitetônico centenário do porto de Belém é tombado pelo governo do estado do Pará desde o ano 2000, e que, portanto, qualquer interferência em sua estrutura deverá ser realizada com a autorização e o acompanhamento do Departamento de Patrimônio Histórico Artístico e Cultural do estado do Pará (DPHAC-PA).
Ah, não… o DPHAC não autorizou a desmontagem e armazenamento dos armazéns 11 e 12!
A desmontagem dessa delicada estrutura de ferro está presente no conjunto de propostas de intervenção do núcleo portuário da capital, elaborado pela gestão do porto de Belém, a Companhia Docas do Pará – CDP. O Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), como é conhecido, pretende, em suas palavras, dotar a capital de uma área portuária requalificada na qual integre as atividades econômicas do porto com outros setores, ampliados para fins ligados ao turismo, à cultura e ao lazer. Esse plano, cheio de ideias polêmicas, propõe a desmontagem e reposicionamento dos armazéns 11 e 12 para um local distante da faixa do cais e a remoção dos guindastes de pórtico existentes, hoje obsoletos, para que o pátio de contêineres seja ampliado, aumentando, desse modo, a capacidade de armazenamento de mercadorias destinadas à exportação. De acordo com o PDZ:

“a expansão da área de estocagem dos berços preferenciais de navios de contêineres poderá ser obtida com a integração de parte da Rua Rui Barata ao espaço operacional já existente, inclusive a área à retaguarda da referida travessa, a qual deverá abrigar o novo prédio a ser construído pelo reposicionamento dos antigos armazéns 11 e 12, respeitados os conceitos e estilos arquitetônicos e históricos a serem preservados (…) a remoção dos guindastes existentes nos berços 4 e 5 e o reposicionamento dos armazéns 11 e 12 ficará condicionada à obtenção das licenças a serem conseguidas nas instituições responsáveis pelo patrimônio histórico” (CDP-PDZ, 2003: 6)


Embora a CDP admita acima que a remoção e o reposicionamento dos armazéns estejam condicionados à autorização do DPHAC, o que se verifica na prática é a total fragilidade, o desprestígio e a improficiência dos nossos órgãos de proteção ao patrimônio cultural em arbitrar sobre objetos de sua própria competência, visto que não só sua desmontagem e armazenamento acontecerão, à revelia das determinações do DPHAC e Ministério Público, como não há previsão para o reposicionamento dessas gigantescas estruturas.

O mais problemático de toda essa situação, é a estreiteza de se tentar criminalizar a CDP como demolidora do patrimônio da cidade. A CDP não é empresa versada em patrimônio cultural. Se a sua ignorância acerca da importância da conservação do complexo arquitetônico do porto de Belém em seu contexto geográfico pode não ser justificada, em todo caso ela é reflexo de uma sociedade totalmente alienada sobre seu patrimônio cultural e que, por tabela, desconhece as atribuições legais dos seus órgãos gestores do patrimônio e a sua própria responsabilidade enquanto cidadãos em fiscalizar e opinar sobre possíveis interferências a esses bens culturais.
Numa sociedade em que o poder executivo responsável pela preservação de nossa história parece estar em visível falência (ou talvez nunca tenha existido, na prática?), qual será a saída para impedir a privatização do patrimônio cultural de uma sociedade que, em boa medida, nem o conhece?
Nesse cabo de guerras entre poderes públicos e privados, a sociedade civil organizada ainda não acordou para a necessidade imprescindível de sua participação na gestão integrada, participativa e democrática do patrimônio cultural. Até quando vamos permitir que o patrimônio arquitetônico de Belém seja assunto de poucos, cujos interesses oblíquos resultam sempre em prejuízo ao conjunto urbano, transformado em um espaço que nega sua história e memória a despeito da imperativa modernidade urbana e de interesses particulares?

Para saber mais sobre os desafios para o patrimônio portuário de Belém-PA, acesse:

Texto: Luciana Furtado - Historiadora, Vice-presidente da ASAPAM

quinta-feira, 25 de agosto de 2011



Ibram lança campanha e apresenta editais na Câmara dos Deputados
 
O Ibram lançou, nesta quarta-feira (24), a Campanha de Apoio Parlamentar à Área Museal. O evento foi realizado na Câmara dos Deputados e contou com a participação da ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e do presidente do Instituto Brasileiro de Museus, José do Nascimento Junior. Deputados da Comissão de Educação e Cultura (CEC) da Câmara e senadores da Comissão de Educação, Cultura e Esporte (CE) do Senado também compareceram.
Na campanha, o Ibram pede o apoio dos parlamentares, que podem auxiliar, a partir da apresentação de emendas ao orçamento que contemplem o setor museal, na promoção da memória e dos museus como direito irrefutável de todos os cidadãos brasileiros. “Cultura gera renda e desenvolvimento e é nesse sentido que vimos aqui pedir o apoio dos parlamentares”, afirmou José do Nascimento Junior durante o lançamento.
Como prestação de contas à Comissão de Educação e Cultura da Câmara, Nascimento Jr. apresentou os nove editais do Programa de Fomento aos Museus Ibram 2011, que serão lançados na primeira quinzena de setembro. Os investimentos para os editais totalizam R$ 16.860.203 e são resultado de duas emendas parlamentares apresentadas pela CEC e aprovadas pela Comissão do Fundo Nacional de Cultura.
Este valor será destinado a prêmios e projetos relacionados à construção e modernização de museus, ao incentivo a artistas contemporâneos, à divulgação do tema museu em diversas mídias e ao apoio a iniciativas e experiências de memória social desenvolvidas por comunidades e grupos populares, bem como às despesas administrativas de cada edital.
A ministra Ana de Hollanda ressaltou que estava ali para prestar contas, mas também para pedir novamente o apoio dos parlamentares, uma vez que o orçamento para a área é pequeno e as ações necessárias são muitas. Os parlamentares parabenizaram o Ministério da Cultura e o Ibram pelo esclarecimento sobre as atividades realizadas com os recursos das emendas.
Os deputados presentes, entre eles, Stepan Nercessian (PPS/RJ), Jandira Feghali (PCdoB/RJ), Waldenor Pereira (PT/BA) e Paulo Rubem Santiago (PDT/PE), foram unânimes em afirmar a importância, para o País, das políticas públicas de Cultura e a necessidade de se valorizar a área. Eles ressaltaram que, mesmo com poucos recursos, a Cultura consegue sempre realizar bons projetos. “É preciso começar a pensar em projetos megalômanos”, destacou o deputado Stepan Nercessian.
Muito aplaudido durante sua fala, o deputado Paulo Rubem Santiago declamou uma poesia feita por ele durante a reunião e que, nas palavras da Ministra, disse tudo que todos queriam dizer. Veja a íntegra abaixo:
“Museu escola, museu semente
Vida melhor, cultura para gente!
Não há canto do país que não ensine
Seus caminhos, sua história, sua luz
Nossa terra, nossa gente, nosso sonho
Um país, uma pátria que seduz
Nossa arte, nossas mãos que tanto operam
Nossas lutas, um país em construção
Sabinada, balaiada e a praieira
Nossa gente sempre quis revolução
Não precisa ser gigante, um monumento
Um museu pode ser até um canto
Mas que guarde, que revele com vigor
Nossa história, nossa gente, nosso encanto
Certa vez afirmei aqui na casa
Que a cultura que não tem seu orçamento
Nos revela tristemente e com certeza
Um país que não tem um fundamento
Eis então nosso belo desafio
Um museu por cidade no país
A memória resgatada com apreço
A história ensinada do começo
Nossa gente conhecendo a raiz!” (Paulo Rubem Santiago)
Fonte: Ascom/IbramCrédito da foto: Leonardo Prado/Câmara dos Deputados

domingo, 19 de junho de 2011

Exposição Vestígios Arqueológicos


Qual a primeira coisa em que se pensa ao ouvir a palavra “Arqueologia”: coisas velhas? Tesouros? Indiana Jones? Múmias? Pirâmides do Egito? Dinossauros?
     
Para mostrar um pouco do que trata realmente a Arqueologia, os alunos do curso de Museologia da UFPa promoverão a exposição “Vestígios Arqueológicos: o passado no presente”, na galeria César Moraes Leite, do Vadião, de 20 de junho à 1° de julho, das 10h às 17h. A atividade faz parte da avaliação da disciplina “Arqueologia da Amazônia”, ministrada pela Profª Denise Schaan, que também coordena o projeto.

O tema da exposição é a Arqueologia em si: o que ela estuda, como estuda e sua importância para sociedade. Muitas vezes, a ideia que algumas pessoas tem da Arqueologia pode ser um tanto deturpada, devido ao estereótipo alimentado principalmente pelo cinema: caças à tesouros, maldições, entre outros. Portanto, esta exposição vem a ser uma oportunidade para esclarecer o que a Arqueologia realmente é. Serão expostos objetos coletados em escavações na própria região Amazônica, a qual é um grande campo de pesquisa arqueológica, fato desconhecido por muitos.

Essa é a primeira exposição organizada inteiramente pelos estudantes de Museologia, o que dá a eles a oportunidade não apenas de vivenciar um dos campos de atuação do Museólogo, mas também de contribuir com a comunidade acadêmica em geral.

Serviço:

Local: Galeria César Moraes Leite (Espaço recreativo do Vadião UFPA) 
Período: De 20 Junho a 01 de Julho
Horário de Funcionamento: Segunda a Sexta de 10 as 17 Horas.

Abertura da Exposição dia 20, as 17 Horas.